Primeiro domingo de Advento
Quantas vezes temos medo? Fazemo-nos ensinar pela Palavra de Deus 3 coisas que vencem o medo: fé, olho e pernas!
Do Evangelho segundo Lucas (Lc 21,25-28.34-36)
Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos:
«Haverá sinais no Sol, na Lua e nas estrelas; e, na Terra, angústia entre os povos, aterrados com o bramido e a agitação do mar; os homens morrerão de pavor, na expectativa do que vai acontecer ao universo, pois as forças celestes serão abaladas. Então, hão-de ver o Filho do Homem vir numa nuvem com grande poder e glória. Quando estas coisas começarem a acontecer, cobrai ânimo e levantai a cabeça, porque a vossa redenção está próxima.»
«Tende cuidado convosco: que os vossos corações não se tornem pesados com a devassidão, a embriaguez e as preocupações da vida, e que esse dia não caia sobre vós subitamente, como um laço; pois atingirá todos os que habitam a terra inteira. Velai, pois, orando continuamente, a fim de terdes força para escapar a tudo o que vai acontecer e aparecerdes firmes diante do Filho do Homem.»
Medo ou esperança? Fim ou início?
Não sei se, lendo estas palavras, temos mais medo ou mais esperança. Fala-se de “sinais no sol, na lua e nas estrelas, forças do céu abaladas”, de “angústia dos povos”, de “homens que morrem de medo”. Diz-se também, porém “erguei-vos porque a vossa libertação está próxima!”. O Senhor virá, o Senhor vem!
É este na realidade o objetivo dos textos apocalípticos: nnão é meter medo, mas estar certos que todos os desastres do nosso mundo, que todo o mal que se move na humanidade, tudo aquilo que nos pode acontecer na vida, tudo isto tem sempre um limite, um fim. Até mesmo o coronavírus tem um fim! Sim, porque estamos certos que ele, o Senhor, chega, ele vem.
O “fim”: esta palavra mete-nos medo… Mas o que é que acaba? O mal, o pecado, o nosso pequeno modo de conceber a vida e a história, tudo isto tem um termo, acaba, graças a Deus, acaba! Então o “fim” torna-se a coisa mais bela, a melhor notícia, porque na realidade é o início, de uma nova esperança, de uma libertação!
Duas atitudes possíveis
Então diante desta Palavra existem duas atitudes possiveis.
- Quem tem medo, e morre de medo. Atenção, não morre por aquilo que acontece de verdade, não morre porque sucede o fim do mundo, mas pelo medo; morre pelos seus fantasmas, morre de angústia, diz o Evangelho, morre de ânsia, dissipações, embriaguez, preocupações, … morre de todas as conversas inúteis que se ouvem ao redor, morre de rumores, de ânsias sobre o fim do mundo iminente, sobre interpretações absurdas e divagantes a propósito da pandemia e das vacinas…, morre de paranoias, de teorias da conspiração… Morre porque tem o coração pesado! O medo é mesmo um “peso”, leva-nos para baixo. Esta é a primeira atitude: o medo daquilo que poderia acontecer, o peso das nossas ânsias, dissipações inúteis.
- Quem ao invés ouve de verdade a Palavra, vislumbra o Senhor que chega, e por isso levanta e ergue a cabeça. Não está pesado, sabe olhar para a história com os olhos de Deus, os verdadeiros, e, portanto, está leve, vai para o alto, não para baixo, e por isso tem a força de escapar destas coisas. Esta é a segunda atitude: que se fia de Deus, levanta a cabeça, vive dele, vive ligeiro.
3 ingredientes para viver “levanta-te” =ressuscitados
Claramente o Senhor convida-nos à segunda atitude: não tenhais medo! “Esconjuro-te, por favor, não tenhas medo!”. Mas para viver esta segunda atitude, para não morrer d emedo, para viver como “levantados” (que significa como ressuscitados, como o Senhor Jesus) são precisas 3 coisas: fé, olho, pernas!
- FÉ: é preciso em primeiro lugar confiar em Deus, fiar-se de nosso Senhor, Ele mantém as promessas diz Jeremias na primeira leitura! Se não nos fiamos de Deus, então de verdade a nossa história é sem esperança.
- OLHO: é preciso olho, é preciso aperceber-se deste Senhor que vem, é preciso vislumbrar o gérmen que desponta. É preciso ser vigilantes, estar prontos!
- PERNAS: se tenho fé e tenho olho, então descubro o Senhor que vem até mim, então posso correr ao seu encontro, sentirei uma necessidade visceral de lhe correr ao encontro.
Imaginemos duas pessoas que se amam, se procuram, e se vislumbram de longe depois de muito tempo, o que fazem: correm ao encontro uma da outra! Recordais o Pai Misericordioso que vê o filho voltar e lhe corre ao encontro? Assim é o nosso encontro com Cristo! corremos ao seu encontro, um pedaço de estrada faço-o eu, outro pedaço fá-lo o Senhor. O Evangelho diria: “levanta-te”. São necessárias então as pernas, devo fazer a minha parte.
Não por comando, não por obediência, não por preceito da Igreja, mas porque sinto o desejo e a necessidade profunda de correr ao encontro do meu Senhor que vem, que vem colocar um limite ao mal e ao pecado, que vem para me libertar! Esta minha parte, estas pernas que se movem, são concretamente a minha operabilidade no amor. Este é o nosso rebento que desponta, através destas nossas pernas, destas nossas mãos, o Senhor vem a esta terra!
Faz-nos viver assim, Senhor!
Para escapar do medo inútil, é necessário FÉ, OLHO e PERNAS. Então queria concluir pedindo ao Senhor para todos nós, para a Igreja, para a humanidade inteira, este dom grande, usando as palavras de um Coleta (a oração que o celebrante recita antes da liturgia da Palavra):
Pai santo, que manténs nos séculos as tuas promessas, levanta a cabeça da humanidade oprimida pelo mal e abre os nossos corações à esperança, para que esperemos vigilantes e operosos a vinda gloriosa de Cristo, juiz e salvador.
Vem Senhor Jesus.
– franico@vocazionefrancescana.org
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