São Francisco, “instrumento de paz” #2

A paz que anunciais com a boca, tende-a ainda mais abundante nos vossos corações. Não provoqueis ninguém à ira ou ao escândalo, mas todos sejam atraídos à paz, à bondade, à concórdia da vossa mansidão. Esta é a vossa vocação: curar as feridas, ligar as fraturas, chamar os perdidos”, estas palavras são atribuídas a São Francisco na “Legenda dos três companheiros” de 1276.

A paz para ser proclamada precisa primeiro de ser bem sólida – e soldada – no coração. E de paz, os frades franciscanos, foram (e são ainda) instrumentos: o ensinamento fundamental do santo de Assis, de facto, sempre se baseou sobre este princípio. Paz quer dizer bem e vice-versa. Um bem comunitário, um bem fraterno ao serviço de uma comunidade-fraternidade seja essa pequena, seja imensa como o mundo.

Na Regra encontramos uma importante passagem a este respeito: “em qualquer casa que entrardes, primeiro dizei: Paz a esta casa”, assim como o próprio Jesus Cristo tinha ensinado. O tema da paz, de facto, foi também nas pregações do santo, o tema principal.

Por exemplo, Tomás de Spalato, que encontrou São Francisco durante a sua pregação em Bologna em 1222, narra que “toda a substância das suas palavras mirava a apagar as inimizades e a lançar os fundamentos de novos pactos de paz”.

Francisco é o homem da paz, o homem da pobreza e o homem que ama e celebra a criação; mas qual é a raiz de tudo isto, qual é a fonte?

Jesus Cristo; enamorado de Jesus Cristo que para o seguir não tem medo de ser ridículo, mas vai em frente. A fonte de toda a sua experiência é a fé. Francisco recebe-a como dom diante do Crucifixo, e o Senhor Crucificado e Ressuscitado revela-lhe o sentido da vida e do sofrimento humano” com estas palavras o Santo Padre tinha descrito o santo d’Assis à Coordenação eclesial para o VIII Centenário Franciscano, recebida em audiência o ano passado. O primeiro traço do retrato pintado por Bergoglio é “homem da paz”.

A paz nasce em São Francisco no seu íntimo diálogo com Deus, fonte primeira de todo o bem. Só se se olha par ao alto, de facto, é possível ter paz sobre a terra. A consciência das “coisas do Céu” consegue dar ao santo d’Assis a consciência que o único modo para viver como irmãos no mundo é “viver na paz”.

Uma paz que nasce não longe de nós: de pequenos gestos quotidianos, a começar com o próprio vizinho de casa.

Este, o segredo que é dado por São Francisco. Aquela saudação “Paz a esta casa” é testemunho concreto de tudo isso. A casa com o “c” minúsculo com o olhar para outra casa, com o “C” maiúsculo: a nossa, o mundo inteiro.

Tradução, fr. zé augusto

Antonio Tarallo

Publicado em 27-10-2023, sanfrancescopatronoditalia.it

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