Hoje tentamos romper o tabu que está por detrás da palavra vocação e de compreender como essa se possa transformar numa grande oportunidade!
Na vocação está o sentido da nossa vida. É vivendo nela que podemos alcançar o máximo das nossas potencialidades e da nossa capacidade de dom. Na realização do projeto que Deus pensou para nós está o segredo da felicidade…
O tabu que está por detrás da palavra vocação.
A vocação é uma realidade muito rica e complexa. Poderia ser representada como ponto de síntese e de equilíbrio entra várias componentes. Expressão do diálogo entre a vontade de Deus e a do homem realiza-se no encontro entre as riquezas da pessoa e os apelos que a vida faz a cada um, entre o próprio desejo de liberdade e o próprio sentido de responsabilidade, entre as necessidades do individuo e as expectativas da comunidade, entre experiência passada e projeto de si.
Tudo isto faz da vocação uma realidade relacional e dinâmica que se desenvolve graças à capacidade de autodeterminação do sujeito. Essa muda ao mudar das situações seguindo um fio lógico, providencialmente traçado, que se torna compreensível ao individuo só com uma leitura retrospetiva, profunda e iluminada, pela própria historia.

O sofrimento de uma vida sem sentido
A palavra vocação vem do latim e significa chamada. É Deus que chama o homem: a cada pessoa confia uma missão, um projeto a realizar. Ao individuo toca a tarefa de responder ao apelo de Deus. Somente quem «centra a própria vocação» realiza em cheio a sua vida gastando-a pelo objetivo para o qual fora criado.
A este propósito é interessante notar como a etimologia da palavra pecado em hebraico signifique precisamente «errar pontaria», «não centrar o objetivo», «caminhar fora de estrada»: por outras palavras, estar fora do projeto de Deus.
Vice-versa também tu terás podido experimentar quanto seja pacificador viver ao lado de pessoas que centraram em cheio a sua vocação, que com equilíbrio sabem pôr a render as suas potencialidades e aceitar os seus limites. São indivíduos profundamente em paz consigo mesmos e com os outros porque «estão no seu lugar».
Também a psicologia, utilizando a categoria do ser significativo, nos oferece uma reflexão bastante interessante. Victor E. Frankl, psicoterapeuta vienense, afirma «Cada época tem a sua nevrose. Na realidade, nós hoje não estamos diante, como nos tempos de Freud, de uma frustração sexual, quanto de uma frustração existencial. O paciente de hoje sofre de um abissal sentimento de insignificância, ligado a um sentido de vazio existencial».
Quem não descobre o sentido da própria vida ou, por outras palavras, a própria vocação, está condenado à frustração e ao vazio interior. Um vazio que se torna sempre mais estrada também entre os jovens. As tentativas de fuga deste sentimento são várias (stressar-se em mil atividades, embriagar-se, drogar-se, entorpecer-se com a música, fazer sexo, etc.) mas todos ineficazes.
A todos é dada uma vocação a realizar
Não é fácil falar hoje aos jovens de vocação por causa dos tantos preconceitos que no tempo se vieram a formar sobre este tema. Por isso antes de entrar no vivo do argumento sou obrigado a fazer um trabalho prévio para desbravar o campo dos tantos preconceitos.
A ideia mais perigosa é que a vocação não diga respeito a todos, mas só a alguns: aqueles que são chamados a tornar-se padres ou freiras. Afortunadamente o Concilio Vaticano II opôs-se a este modo de pensar asserindo que todos somos chamados, a todos Deus confia uma vocação, atodos Deus chama à santidade, à radicalidade evangélica.
É interessante como João Paulo II, na encíclica sobre os leigos (Christifideles laici, 16), falando da vocação de todos à santidade, afirme que «esta foi a entrega primária confiada pelo Concilio […] à Igreja». Percebes, o Papa diz que a coisa mais importante que disse o Concilio foi que todos somos chamados a ser santos.

Todos somos chamados à santidade
Este é o sonho que Deus nutre por cada um de nós. A santidade, como vimos, não é um privilégio para os mais belos ou os mais simpáticos. Deus quer todos santos, também tu! Foste criado para isto. Este mesmo é o desejo mais profundo que trazemos dentro de nós. É o desejo em relação ao qual se projeta toda a tua natureza.
Como não podes pedir a uma vaca para e dar vinho se foi criada para produzir leite, assim não podes pedir a ti próprio uma vida de compromissos se foste criado para a santidade. Esta é a única via que te pode dar aquela felicidade pela qual anseias. Por tudo isto é oportuno vencer o medo de se confrontar com ela. É preciso, portanto, clareza.
Uma premissa: Deus não joga às escondidas!
É preciso logo derrubar uma ideia errada segundo a qual descobrir a própria vocação é verdadeiramente difícil. É verdade, Deus não te telefonará para te comunicar o que quer de ti. Para compreender a tua vocação, precisas de empenho e discernimento.
Do mesmo modo, porém, é ridícula a ideia de um Deus que brinca às escondidas. Não é assim! A vocação antes de ser o nosso problema é aquilo que o próprio Deus nos quer comunicar. Deus quer fazer-nos conhecer qual é o sentido da nossa vida, muito mais de quanto nós mesmos o desejamos. Assim faz de tudo para no-lo comunicar.
O problema não está nele, mas em nós que não o queremos ouvir. Sabemo-lo muito bem: não existe pior surdo que aquele que não quer ouvir! Mete-te então á procura da tua vocação, animado por esta certeza: Deus quer falar-me!
À pergunta se é difícil conhecer a própria vocação, Giuseppe Lazzati, deu esta resposta: «Diria que no fundo não é difícil, se nós não complicamos as coisas, isto é, se temos vontade de a conhecer e a lealdade para a reconhecer». Então mantém vivo o desejo de saber qual é a vontade de Deus sobre ti e não coloques resistências.
Algumas perguntas que te ajudam na tua procura vocacional
- A propósito da minha procura vocacional, tenho algum elemento de clareza? Alguma coisa que já me é clara, alguma minha sensibilidade particular, alguma amizade ou conhecimento significativo que me ajuda a crescer em tal sentido, alguma aspiração profunda, alguma experiência significativa, etc.
- A propósito da minha procura vocacional, quais são os obstáculos que encontro? Quais são os meus medos, os meus problemas, as minhas dúvidas, as minhas resistências, os meus limites, etc.
- A propósito da minha procura vocacional, o que é oportuno eu fazer? Quais são os aspetos positivos a consolidar, os limites a superar? Quais os instrumentos ou quais as escolhas que me podem ser de ajuda?
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