Comentário Evangelho – XII DOMINGO TEMPO COMUM – ANO B

1ª leitura: Job 38, 1.8-11 – “Aqui se quebrará a altivez das tuas vagas”

Salmo: 106 – “Cantai ao Senhor, porque é eterno o seu amor”

2ª leitura: 2Cor 14-17 – “Tudo foi renovado”

Evangelho: Mc 4, 35-41 – “Quem é este homem, que até o vento e o mar lhe obedecem?”

Tomemos Jesus, assim como e, na nossa barca. Tomemo-lo sem querer necessariamente que faça aquilo que queremos, sem lhe pôr condições. Tomemo-lo assim como é, livre, também dos nossos santos esquemas. Tomemo-lo como é sempre voltado para o Pai, intenso e autêntico, apaixonado e amoroso, viril e muito terno.  

Tomemo-lo na nossa barca, sabendo que seja qual for o lugar para onde nos dirigimos, ele está connosco. E também na tempestade mais furiosa, quando de verdade sentimos a água que entra no casco e nos atinge os tornozelos, mesmo quando temos a impressão que o facto de sermos crentes não muda nada, no fundo, não é depois assim tão diverso do não ter um ideal, mesmo quando Deus parece um astro distante, cuja flébil luz não chega a aquecer as nossas vidas, tomemo-lo a bordo.

Com ele ou sem ele a nossa vida muda radicalmente. Com ele ou sem ele o modo de ver as coisas não é o mesmo! Com ele ou sem ele o nosso modo de amar é diverso. Sim, Senhor, sobe como és, sobe para a nossa barca. Seremos nós a mudar, sem te pôr condições, acolhendo-te e amando-te por aquilo que és.

Quando a força dos elementos se desencadeia e tememos pela nossa incolumidade quando alastra a tempestade e as nossas barcas estão para afundar, nós, Jesus, temos a impressão que tu dormes, que não te interessas connosco, com o que está a acontecer. Sentimo-nos sós, abandonados a nós próprios, à mercê do perigo iminente e não sabemos o que pensar. Gostaríamos de ser poupados a estes momentos perplexos, gostaríamos que tu nos resolvesses todos os problemas, de modo mágico. Gostaríamos que, no momento oportuno, tu interviesses logo, sem nos fazer esperar. E afinal tu nos pedes para ter confiança em ti, para esperar, com paciência, porque nos tens no coração mais de quanto ousamos imaginar. Obrigado, jesus, pela tua presença, pelo teu amor que nos guarda mesmo quando duvidamos de ti.  Obrigado, Jesus, porque permaneces ao nosso lado, disposto a levar connosco as fadigas e derrotas da vida, os medos que trazemos dentro, as dúvidas que rompem as nossas certezas. Obrigado, Jesus, porque só tu podes fazer calar o vento e o mar e restituir paz à minha existência.

Ámen

(In, qumran2.net e lachiesa.it – traduzido e composto por fr. José Augusto)

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