1ª leitura: Is 25, 6-10 – “O Senhor preparará um banquete e enxugará as lágrimas de todas as faces”
Salmo: 22 – “Habitarei para sempre na casa do Senhor”
2ª leitura: Filip 4,12-14.19-20 – “Tudo posso naquele que me conforta”
Evangelho: Mt 22, 1-14 – “Convidai para as bodas todos os que encontrardes”
A PALAVRA É MEDITADA
O encontro com Deus é um banquete nupcial, não um funeral de primeira classe. Quando entro nalgumas igrejas durante a assembleia dominical, tenho a impressão de ter errado Deus… Que caras tristes e chatas! Certo, por vezes também a celebrante mistura tudo, confundindo a seriedade com o tédio mortal. E, no entanto, também nós, como os convidados da parábola, temos milhões de coisas a fazer, muito mais importantes da nossa felicidade.
É verdade: o nosso tempo não nos ajuda a viver com intensidade e verdade o aspeto espiritual da nossa vida, mas para nos apercebermos de Deus devemos lutar (ascese!) para arranjar um espaço interior que nos ajude a perceber a sua presença. Ninguém se “merece” Deus, diante dele somos todos mendigos e nenhuma boa obra poderá jamais aproximar-nos daquele que se dá gratuitamente. Aquilo que nos é pedido é vestir a veste branca da autenticidade e da pureza espiritual, do desejo nu e cru, da admissão do próprio limite.
Assim fazendo, admirados pela honra de banquetear com Deus, poderemos de verdade experimentar e anunciar a medida da sua ternura por nós. E sermos testemunhas do banquete.
A PALAVRA É REZADA
Encontrei-te em tantos lugares, Senhor. Senti o bater do teu coração na tranquilidade perfeita dos campos, no sacrário escuro de uma catedral vazia, na unidade de coração e de mente de uma assembleia de pessoas que te amam. Encontrei-te na alegria, onde te procuro e muitas vezes te encontro. Mas sempre te encontro no sofrimento dos outros. Vi-te na sublime aceitação e na impagável alegria daqueles cuja vida é atormentada pela dor. Mas não consegui encontrar-te nos meus pequenos males e nas minhas banais tristezas. Na minha fadiga deixei passar inutilmente o drama na tua paixão redentora e a vitalidade alegre da tua Páscoa é sufocada pela tristeza da minha autocomiseração.
Senhor, eu creio, mas aumenta a minha fé.
Ámen
(In, qumran2.net e lachiesa.it – traduzido e composto por fr. José Augusto)