1ª leitura: Sab 6, 12-16 – “A Sabedoria faz-se encontrar aos que a procuram”
Salmo: 62 – “A minha alma tem sede Vós, meu Deus”
2ª leitura: 1Tes 4, 13-18 – “Deus levará com Jesus os que em Jesus tiverem morrido”
Evangelho: Mt 25, 1-13 – “Aí vem o esposo: ide ao seu encontro”
A PALAVRA É MEDITADA
A história narrada neste pedaço de evangelho apresenta-nos dez raparigas que esperam o esposo.
Quem é o esposo e quem são as dez jovens? O esposo é Cristo, as dez jovens são a comunidade cristã. a história não fala da esposa, porque as dez raparigas são a esposa e esperam a chegada não de um noivo, mas do seu esposo. Estas dez jovens são a esposa de Cristo, a Igreja (cfr Ef 5,22-32).
Estas dez raparigas dividem-se em duas categorias: cinco são sábias e cinco são insensatas. Em que é que se manifesta a sabedoria das primeiras cinco? Calcularam que a espera do esposo teria sido demorada: por isso “juntamente com as lâmpadas, levaram também azeite de reserva em pequenos vasos” (v.4).
Tinham percebido que a vida tem uma duração demasiado longa para poder conservar sempre a mesma carga de fé e de caridade sem fazer fornecimento. As lâmpadas acesas significam a constante vigilância que é preciso ter para não se perder na noite do esquecimento e da infidelidade neste mundo.
Tema desta narração é a espera do Senhor que vem. Isto não significa que a vida presente seja uma sala de espera da vida eterna, mas que deve ser vivida como vida responsabilizada em vista do Senhor que vem. O esperar Deus pressupõe a fé. O azeite das lâmpadas é a fé com as obras.
As cinco raparigas sábias, que representam os bons cristãos, não parecem afinal ser muito boas, aliás, parecem decididamente pouco acolhedoras e mazinhas. Às amigas que lhes pedem: “Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas se apagam, respondem: “Não, talvez não chegue para nós e para vós; ide antes comprá-lo aos vendedores” (vv.8-9).
As raparigas sábias não podem dar do seu azeite às insensatas porque ninguém pode ser vigilante no lugar de um outro, ninguém pode amar a Cristo no lugar de um outro: é um assunto pessoal, é um cheque “não transmissível”.
Esta história instrutiva tem a finalidade de exortar a estarmos prontos para a chegada do Senhor: uma chegada da qual não conhecemos o dia nem a hora, mas que não está longe e é certíssima e inevitável.
Estas raparigas imprudentes chamam Jesus: “Senhor, Senhor” (v.11) esqueceram o ensinamento que ele já tinha dado no capítulo 7,22-23 deste evangelho: “Muitos me dirão naquele dia (o dia do juízo final): Senhor, Senhor… Eu, porém, declarar-lhes-ei: Não vos conheço; afastai-vos de mim, vós construtores de iniquidade”.
Estas palavras não condenam a oração, não proíbem que se invoque Cristo como “Senhor”, mas ensinam-nos que a oração deve estar unida à prática da vida cristã. é preciso fazer a vontade do Pai, diversamente a oração não serve.
Enquanto se espera o grande dia da vinda do Senhor é preciso vigiar e não se comportar como os cristãos de Tessalonica que no prolongar-se da espera da vinda do Senhor começaram a dar-se ao ócio e à vagabundagem (1Ts 4,11; 2Ts 3,6-12). Assim as jovens da narração evangélica (isto é, nós cristãos!) devem ser empenhadas, operosas e diligentes.
Mateus deu a esta narração edificante uma conclusão que concorda com o final do discurso da montanha (Mateus, capítulos 5-6-7). Também lá encontramos a contraposição entre o sábio e o insensato.
No discurso d amontanha ser sábio significa: não se limitar a ouvir as palavras de Jesus, mas pô-las em prática. Esta disposição é transferida também na presente história das dez jovens que representam a comunidade cristã. estão prontos a ir ao encontro do Senhor aqueles cristãos que fazem a vontade de Deus como a ensinou Jesus no discurso da montanha.
Vigiar na espera do Senhor que vem de maneira imprevista, quer dizer estar pronto; e estar pronto significa ser fiéis à vontade do Pai, fazendo aquelas obras de amor sobre a base das quais será feito o juízo final. Esta é a verdadeira “sabedoria” cristã: atuar com perseverança a vontade do Pai que o Senhor Jesus definitivamente revelou.
Na parábola do juízo final (Mateus 25,31-46) o Senhor nos indicará detalhadamente quais são as obras boas que devemos fazer na espera da sua vinda.
A PALAVRA É REZADA
Diante do altar arde uma lâmpada que anuncia a presença real de Cristo sob as espécies eucarísticas. Interroguemo-la e digamos-lhe: “O que devemos fazer para agradar a Deus?”. A Lâmpada responde-nos e diz-nos: “Eu ardo e ardendo dou luz: faz também tu por seres um homem de grande fé. Seja a tua fé a minha luz: viva, intensa, eficaz. Eu nutro a minha chama com o azeite puro: também tu deves nutrir a tua fé com o azeite puríssimo das boas obras. Ai de ti se este azeite viesse a faltar: tu serias semelhante às virgens de que fala o Evangelho”. A lâmpada continua e diz: “Eu ardo e ardendo dou calor; dá tu também ao Senhor o calor do teu amor, o afeto mais sincero, constante”. Diz ainda: “Eu estou constantemente no Sacrário, ardo dia e noite e esta minha constância forma a minha caraterística. Sê também tu constante na fé e nas virtudes.
Nesta resposta esta a essência da vida espiritual”.
Ámen
(In, qumran2.net e lachiesa.it – traduzido e composto por fr. José Augusto)