Como testemunhar a minha fé a outros jovens?

Como faço a dizer que sou cristão? gostaria que também os outros conhecessem a beleza do nosso Deus, mas como fazer? 

Perguntas enormes… hoje tentamos dar-nos alguma simples indicação.

Se tens no coração estas questões é um bom sinal: talvez de verdade o Senhor tenha tocado o teu coração! Provavelmente fizeste uma experiência de quanto seja belo ter um Deus assim. E então vem-te natural pensar: mas porque é que também os outros não o podem conhecer?

Esta é a raiz da experiência cristã: encontrar o Senhor e levá-lo aos outros. E que seja claro: nenhuma destas passagens se rege sem o outro! Nunca poderemos dizer que encontrámos de verdade o Senhor, se não sentimos também o empurrão para ir em direção aos irmãos. Nunca poderemos levá-lo aos outros se primeiro não o encontrámos pessoalmente.

Mas como fazer? Hoje é mesmo difícil ser cristãos, e sê-lo de maneira visível. Nomear o nome de Jesus diante de alguém nos faz por vezes tremer a voz, até nos põe em dificuldade… E o resultado é que com frequência muitos jovens cristãos vivem como na era das catacumbas, indo à missa às escondidas!

Mas se algum de vós tem a ousadia de dizer aos seus amigos “eu sou cristão, confio no Senhor Jesus! “, então, tentemos dar-nos alguma simples indicação que talvez nos possam ser de ajuda.

Primeiro. Não pensar: “eu estou no lado certo”!

Tendo encontrado o Senhor Jesus, que é “o caminho, a verdade e a vida”, inevitavelmente nos sentimos da “parte certa”, aquela que nos autorizaria a olhar para os outros de alto para baixo, com a atitude de quem diz “agora te ensino eu como se faz”. Acabaremos assim por nos assemelhar muito a certos teóricos da conspiração, que pensam ser os únicos eleitos a ter compreendido de verdade como vai o mundo, e olham para os outros com altivez e arrogância…

Há muitos anos atrás o cardeal Martini retomou uma frase de Roberto Bobbio que dizia assim: “O mundo hoje não se divide mais em crentes e não crentes, mas entre quem procura e quem deixou de procurar“.

A atitude correta então é a de propor-se como um buscador da verdade, alguém que talvez tenha intuído alguma coisa, mas que ainda tem muitas questões em aberto. Alguém que não te diz “eu tenho a verdade na mão”, mas que te diz “aceitas que procuremos juntos? “. E então tudo muda.

Segundo. Nunca perder o gosto pela procura!

Resulta naturalmente pelo que dissemos antes: queres oferecer um testemunho? Então oferece a possibilidade de procurar juntos. Procurar juntos significa ter a coragem de se pôr em discussão, de se confrontar, de tomar em consideração, a sério, o ponto de vista do outro.

A abertura a compreender, a escutar, a raciocinar juntos, a fazer experiência juntos … esta é a porta que devemos abrir a quem temos na frente. por ali passa o testemunho verdadeiro de quem procura apenas o bem, de quem não tem nada a defender, mas só a dar.

Portanto continua sempre a procurar, nunca te sintas como se já tivesses chegado: ter encontrado Jesus colocou-nos na estrada boa, mas ainda não chegámos à meta. O belo é caminhar juntos! Porque é ao longo da estrada partilhada que o Senhor se mostra, sempre.

Terceiro. Não procurar a conversão do outro!

Madre Teresa de Calcutá uma vez respondeu de maneira muito eloquente a um jornalista que lhe perguntava o que é que teria mudado na Igreja: “Eu mesma. Sou eu que devo mudar! “.

Então a única conversão, a única mudança radical e sempre necessária, que podemos pretender é de nós próprios. Todos temos necessidade sempre de recomeçar, de nos convertermos à lógica do Evangelho.

De facto, Deus é paciente, sabe esperar os homens, deseja propor com delicadeza e deixar livres. Conhece o coração do homem, e sabe bem que os tempos do caminho são diversos para cada um. Nenhum de nós pode ser tão presunçoso ao ponto de saber que passo o outro deve fazer, e mesmo quando e como o deve fazer!

Um Deus que pretende, que assusta, um Deus que não aceita dúvidas e fraquezas, é um Deus que não salva ninguém. O nosso Deus, felizmente, é bem diverso! Mostra de preferência o rosto verdadeiro de Deus, e então pouco a pouco cada homem fará os seus passos em direção a ele.

Quarto. Ama, procura querer bem, sempre e de qualquer maneira!

E esta é a chave de tudo. Não fales de Jesus para te sentires melhor, não fales de Deus para convencer, para atrair a ti mesmo/a, para mudar os outros, para salvar os outros… O único verdadeiro motivo que nos deve mover é este: amar.

Ajo, movo-me, falo contigo, partilho a minha experiência, ouço-te, deixo-me meter em crise, perco tempo contigo … só porque te quero bem! Só porque sinceramente desejo o melhor para ti. E se te falo do meu Senhor é porque sinto que pode fazer um grande bem também a ti!

Porque falemos claro: é sempre e só a força do amor que no final é capaz de mover os corações! É com a força do amor que o Senhor nos encontrou, nos salvou, nos perdoou, nos fez novos.

À medida que aprendermos a amar um pouco mais como ele, então pouco a pouco todo o mundo acreditará, porque, também através de nós, fará experiência de Deus.

Bom caminho a todos!

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 – franico@vocazionefrancescana.org

[Artigo inspirado por uma intervenção de don Michele Falabretti em “Se vuoi”]

de fra Nico Melato

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