O Papa Bento XVI: ‘Como São Francisco, os ricos não estejam agarrados aos bens, mas usem-nos para a salvação’
Quem é rico não seja de tal maneira agarrado aos próprios bens ao ponto de renunciar à sua salvação, aliás use-os «de modo evangélico» e para «entrar na plenitude da vida». É a mensagem que Bento XVI quis dirigir aos fiéis comentando no Ângelus o Evangelho em qual Jesus fala sobre os ricos e em que «Jesus ensina que para um rico é muito difícil entrar no Reino de Deus, mas não é impossível».
O Papa, falando aos fiéis reunidos na Praça de São Pedro, recordou a parábola em que Jesus propõe ao rico para «dar tudo aos pobres», tendo compreendido o «ponto fraco» que «é precisamente o apego aos seus muitos bens». Mas ele «vai-se embora triste, porque não consegue separar-se das suas riquezas, que nunca lhe poderão dar a felicidade e a vida eterna». Daqui a frase que ficou proverbial, em que Jesus diz aos discípulos desconcertados que «é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha, que um rico entrar no reino de Deus», mesmo se isto é «impossível aos homens, mas a Deus não».
E para Ratzinger vale o comentário de São Clemente de Alexandria, segundo o qual os ricos «não devem transcurar a sua salvação como se já fossem condenados, nem devem deitar ao mar a riqueza nem a condenar como insidiosa e hostil à vida, mas devem aprender em que modo usar a riqueza e procurar-se a vida».
Depois o Pontífice sublinhou que «a história da Igreja está cheia de exemplos de pessoas ricas, que usaram os seus bens de modo evangélico, alcançando também a santidade. Pensemos só – disse – em São Francisco, em Santa Isabel da Hungria ou em São Carlos Borromeu».
NÃO ERA UM MORALISTA
Todavia, Francisco não era um moralista que condenava a priori os ricos. Ele era um homem de misericórdia e de compaixão, que sabia ver o bem também em quem era rico. Ele mesmo, de facto, teve entre os seus discípulos alguns nobres e ricos, como Bernardo di Quintavalle, Pietro di Catanio e Jacopo da Massa.
Estes homens, graças à pregação de Francisco, conseguiram encontrar a verdadeira felicidade na pobreza e no amor de Deus. em conclusão, a relação entre São Francisco e os ricos era uma relação de amor e de desafio.
Francisco amava os ricos, mas desafiava-os a mudar a sua vida, a renunciar à riqueza e a seguir Cristo na pobreza.
UM DIÁLOGO IMAGINÁRIO
Imaginemos um diálogo entre um rico do tempo, que pergunta a Francisco porquê deseja viver como pobre, tendo a possibilidade de escolher uma vida confortável e cómoda. São Francisco é provável que responderia assim: “Meu Amigo, a verdadeira felicidade não se encontra nos bens materiais, mas no amor de Deus e do próximo. Eu escolhi viver na pobreza para ser mais livre de seguir Cristo e para ajudar os necessitados”. “Deus provê a todos os seus filhos – diria Francisco, falando ao “coração” do homem rico – também a mim.
Nunca tive fome ou sede, e nunca dormi debaixo de uma ponte. Deus sempre me deu tudo aquilo de que precisava”.
Tradução, fr.zé augusto
Redazione online
Publicado em , sanfrancescopatronoditalia.it