«Amarás o Senhor teu Deus e o próximo como a ti mesmo»
Mt 22, 34-40
Oração inicial:
Senhor, se penso na minha vida sabes o que é que me vem à mente? Uma corrida de obstáculos, entre o trabalho, o desporto, as coisas de casa… nunca consigo parar um pouco
e olhar à minha volta. Parece-me ser como um daqueles discípulos que iam a caminho de Emaús: caminho contigo ao lado sem te reconhecer. Ajuda-me então, Senhor, a permanecer sempre “de olhos abertos” para poder ver o teu rosto refletido no dos meus pais, do meu esposo/a, dos meus amigos, do meu pároco e, sobretudo, nas faces sofredoras dos últimos: os pobres, os doentes, os presos… Faz, ó Senhor, que consiga sempre pôr em prática com todos o teu mandamento maior: o amor.
Ámen.
Evangelho de S. Mateus (22, 34-40)
Naquele tempo, constando-lhes que Jesus reduzira os saduceus ao silêncio, os fariseus reuniram-se em grupo. E um deles, que era legista, perguntou-lhe para o embaraçar: «Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?» Jesus disse-lhe:
Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua mente.
Este é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas.»
Palavra do Senhor
Mensagem do Evangelho
Depois das duas questões: pagar o tributo, ressurreição dos mortos, vem a terceira: qual é o mandamento mais importante. A pergunta fazem-na os fariseus, que procuram na lei e nos seus preceitos o caminho da salvação. Diante da confusão criada pelos mais de seiscentos preceitos, não se trata de uma pergunta inútil.
Jesus afirma que a coisa mais importante é o amor a Deus e ao próximo. Nestes dois preceitos têm a sua origem e se resumem todos os ensinamentos da lei e dos profetas. Os fariseus viviam para meditar a lei, para a compreender, para a interpretar. Alguns conseguiram compreender Jesus Cristo que disse a um deles que não estava longe do reino dos céus (Mc 12,34).
E um outro fariseu, Paulo de Tarso, conseguiu ser o apóstolo dos gentios. Mas muitos entre eles, ao contrário, recusavam o jovem Rabi de Nazaré, e condenaram-no à morte na cruz… Interpretando a lei, os fariseus obtinham uma casuística minuciosa que tornava o jugo da lei insuportável. E é por isso que não podiam compreender Jesus que, segundo eles, infringia o repouso do sábado curando os doentes ao sábado, e também dizendo que o Filho do homem era senhor do sábado e que este dia, tão importante, tinha sido feito para o homem, e não o contrário… (Mt 12,8; Mc 2,27).
Jesus desfaz o repertorio muito complicado dos preceitos, e resume-o no amor a Deus e ao próximo acima de tudo. Ele considera que este é o primeiro mandamento, do qual todos os outros derivam… Diante destas palavras não podemos fazer mais que rever a nossa conduta, reconhecer os nossos erros e propormo-nos de modo concreto a viver por amor, a morrer por amor.
Meditação pessoal do Evangelho e Partilha em grupo
- Que parte do texto te agradou mais? Porquê?
- Quem eram os fariseus daquele tempo?
- A pergunta que lhe dirigem os fariseus como é que podia pôr Jesus à prova? Que relação existe entre o primeiro e o segundo mandamento?
- Porque é que o amor a Deus e ao próximo, são o resumo da lei e dos profetas?
Partilha as ideias que surgiram após a meditação pessoal
Durante algum tempo posso partilhar com os outros a mensagem que Deus fez chegar ao meu coração, depois de em silêncio ter escutado a sua voz.
Preces partilhadas:
Este momento que antecede o final desta oração, pode ser aproveitado para partilhar as preocupações e aflições. Por isso, durante um espaço de tempo poderemos pedir pelas nossas necessidades.
Terminadas as preces rezamos:
Pai-Nosso
Oração final:
Senhor, quando tenho fome, dá-me alguém que precise de comida, quando tenho uma desculpa, oferece-me alguém para consolar; quando a minha cruz se torna pesada, faz-me partilhar a cruz de um outro; quando não tenho tempo, dá-me alguém que eu possa ajudar por algum momento; quando sou humilhado, faz que eu tenha alguém para louvar; quando estou desencorajado, manda-me alguém para encorajar; quando preciso da compreensão dos outros, dá-me alguém que precise da minha; quando preciso que se ocupem de mim, manda-me alguém para eu me ocupar; quando penso só em mim próprio, atrai a minha atenção sobre uma outra pessoa. Torna-nos dignos, Senhor, de servir os nossos irmãos que em todo o mundo vivem e morrem pobres e com fome. Dá-lhes hoje, usando as nossas mãos, o seu pão quotidiano, e dá-lhes, por meio do nosso amor compreensivo, paz e alegria.