Entrevista a padre Stefano Cecchin
Estamos a poucos dias da festa de São Francisco d’Assis: existe um fermento e oração em Assis e no coração de todos os fiéis do santo espalhados no mundo.
Depois de termos ouvidos as vozes de padre Raffaele Di Muro (da ordem dos Menores Conventuais) e padre Roberto Papini (da ordem dos Capuchinhos), é a vez do testemunho de um frade da Ordem dos Menores: é o padre Stefano Cecchin, voz notável da mariologia, presidente da Pontifícia Academia Mariana.
O que quer dizer ser franciscano hoje?
Em primeiro lugar diria que é necessário precisar que a nossa escolha de ser franciscanos hoje é seguramente uma escolha contracorrente num mundo que parece levar-nos sempre a escolhas todas diversas. Ser franciscano hoje quer dizer – deixando de lado a visão que definiria um pouco “naif”: refiro-me sobretudo à visão de São Francisco no meio de flores e plantas, entre o sol e a lua, sobretudo olhar para o essencial da sua mensagem: escolher o seguimento de Cristo. é isto que fez São Francisco e é isto a que somos chamados ainda hoje.
O que quer dizer viver o carisma de São Francisco d’Assis às portas do ano 2024?
Francisco é aquele homem que deu: “Eu fiz aminha parte. A vossa, que Cristo vo-la ensine!” (FF1239). Eis aqui, somos todos convidados a não ser cópias (feias cópias) de São Francisco, mas sim devemos nós procurar a nossa missão naquele espírito – sempre vivo – de Francisco que é, no fundo, simplesmente o de Cristo. sempre me impressionou a frase que Francisco escreve nas últimas vontades a Santa Clara: “Eu, frei Francisco pequeno, quero seguir a vida e a pobreza do altíssimo Senhor nosso Jesus Cristo e da sua santíssima mãe e perseverar nela até ao fim”.
Isto quer dizer viver o carisma de Francisco: seguir o Evangelho de Cristo!
Porque é que o santo d’Assis continua a ser um ponto firme da Cristandade, da Igreja?
Porque é a própria mensagem de Francisco a ter em si um espírito que supera os tempos. Isto é porque a mensagem do santo d’Assis é simplesmente a mesma de Cristo: é sempre nova, sempre fresca, sempre nova e que vale para todas as épocas. Para sempre.
Porque é que consegue falar ainda com grande força a crentes e não crentes?
Francisco incarna em si o verdadeiro Deus, verdadeiro homem. Francisco que fala com palavras que se refazem à Palavra e que, portanto, conseguem chegar a todos. Aquelas palavras, filhas da Palavra, querem – hoje como ontem – levar harmonia e paz a todo o ser humano para que possamos ser todos testemunhas da ternura de Deus no mundo. Esta é a nossa missão de ontem. Esta é a nossa missão ainda de hoje.
Antonio Tarallo
Publicado em 03-10-2023, sanfrancescopatronoditalia.it
(tradução de, fr. zé augusto)