«Do berço à cova» é a forma científica de definir o tempo de vida de inúmeros objetos, ainda que inanimados. A cultura contemporânea tem promovido o uso de objetos em que o tempo de produção, transporte, armazenamento e fim de vida é muito superior ao tempo de uso efetivo. Pensemos num guardanapo de papel ou numa garrafa de água de plástico. O seu tempo de vida completo pode ser de alguns meses, mas a sua utilização é muito restrita no tempo, talvez não ultrapasse alguns minutos. Designamos estes objetos por descartáveis ou mono-uso.
Procuremos ter presente que, embora a produção destes objetos possa ter por base a utilização de materiais reciclados e esses possam no futuro vir a ser recicláveis, palavras com um impacte comercial interessante, todos esses processos envolvem energia e, por vezes, o recurso excessivo de água para o seu processamento. Do ponto de vista ambiental, a melhor opção será mesmo aumentar o tempo de uso.
Alguns exemplos de como podemos implementar esta mudança: evitar o uso de pratos e copos descartáveis através da aquisição de conjuntos de piquenique de longa duração; preferir guardanapos de pano (talvez encontremos alguns esquecidos nas nossas gavetas); utilizar lancheiras ou caixas adequadas para o transporte de alimentos, evitando o uso de guardanapos de papel, sacos de plástico, película aderente ou folha de alumínio; fazer-se acompanhar pela própria garrafa de longa duração, cantil ou mug para o transporte de líquidos; limitar o uso de rolo de cozinha aos usos estritamente necessários utilizando em alternativa panos de limpeza laváveis.
Encontremos hoje qual a mudança que queremos para o nosso futuro. E qual o melhor dia para começar? Hoje.
Adaptado de Pegada Zero, Cidade Nova, Março 2020.