O que significa ser um consagrado? Quem são os consagrados? Eis 7 características que os contradistinguem!
Homens e mulheres de “olhos novos”
No início do Evangelho de Lucas existe uma primeira palavra sobre a qual devemos pensar juntos: “Os meus olhos viram a tua salvação, preparada por ti diante de todos os povos” (Lc 2,30-31). Não é por acaso isto que a nossa gente pede às pessoas consagradas, a um frade, a uma freira? Que tenham “Olhos novos”? que saibam perscrutar – penetrar a história e a vida de cada um, vendo para além das aparências muitas vezes contraditórias da vida? Que deixem transparecer proximidade e possibilidades novas, que iluminem de ternura e de paz.
É isto que contradistingue quem põe a sua vida nas mãos de Deus: um olhar aberto, livre, reconfortante, que não exclui ninguém, abraça e une. “Diante de todos os povos”, mostra o horizonte sem confins do amor e da oferta de si que é pedido aos consagrados e que esses procuram testemunhar.

Portadores de Alegria
O Papa Francisco, numa sua Carta a todos os consagrados, assim escreve: “Onde estão os religiosos há alegria”. Isso acontece porque eles reconhecem sore si mesmos, e em todos os lugares e momentos da vida, a obra de um Deus que nos salva com alegria.
Por vezes, caros amigos, o cansaço e a desilusão são experiências frequentes em cada um de nós: benditos os consagrados que nos ajudam a não nos vergarmos sobre nós próprios e a não nos fecharmos em escolhas cómodas e de curto respiro!!!
Alegremo-nos e estejamos contentes, portanto pela presença das consagradas e dos consagrados nas nossas comunidades. Façamos festa com eles, agradecendo por uma história rica de fé e de humanidade exemplares e pela paixão que mostram hoje em seguir Cristo pobre, casto, obediente.
“Onde estão os religiosos há alegria!”
Papa Francesco
“Despertadores” para o mundo
“Espero que desperteis o mundo”, diz ainda o Papa Francisco nesta sua Carta aos consagrados. “Espero não que tenhais vivas algumas ‘utopias’, mas que saibais criar ‘outros lugares’, onde se viva a lógica evangélica do dom, da fraternidade, do acolhimento da diversidade, do amor recíproco.
Mosteiros, comunidades, centros de espiritualidade, cidadelas, escolas, casas-família e todos aqueles lugares que a caridade e a criatividade carismática fizeram nascer, e que ainda farão nascer com ulterior criatividade, devem tornar-se sempre mais o fermento para uma sociedade inspirada no Evangelho, a ‘cidade sobre o monte’ que diz a verdade e a força das palavras de Jesus” (Carta a todos os consagrados, II,2).
É esta uma estrada que desde sempre os consagrados seguiram e que são chamados ainda a percorrer com fantasia e novidade.
Alternativos e profetas
A vida consagrada, reveste para a Igreja e para o nosso mundo, um apelo de verdade “profético” e “alternativo”. Pensemos por ex. na escolha tão luminosa da castidade: essa só se fortalece e apoia em Deus, não é uma fuga das responsabilidades da vida familiar, mas testemunha a via de uma diversa fidelidade e fecundidade e ação generativa, com que as pessoas consagradas se ligam ao amor absoluto de Deus por cada homem para que ninguém se perca.
Do mesmo modo, os conselhos evangélicos da pobreza e da obediência testemunham, num mundo tentado pelo individualismo egoísta, que se pode viver conformados em tudo a Cristo, de modo a ordenar à intimidade com Ele a própria relação consigo mesmo, com os outros e com as coisas. É desta raiz que desabrocha a experiência toda cristã da fraternidade, sonho de Deus para a humanidade inteira.
Também esta é profecia: graças ao Espírito de Jesus, podemos viver uns para os outros, na procura do bem comum e no acolhimento das diferenças. Virando assim numerosos critérios e parâmetros que parecem insuperáveis no seu dividir a humanidade em pessoas com sorte e outras desafortunadas, dignos de viver e condenados a sucumbir, integrados e excluídos, a vida consagrada mostra como a verdade do poder seja o serviço, a verdade da posse seja a guarda e o dom, a verdade do prazer seja a gratuidade do amor. E a verdade da morte seja a Ressurreição.
Na brecha e na fronteira
Por vocação e missão os consagrados são chamados a frequentar as “periferias” e as “fronteiras” da existência, onde se consumam os dramas de uma humanidade perdida e ferida. São precisamente as pessoas consagradas, muitas vezes, o rosto de uma Igreja “em saída” e “na brecha”, capaz de tomar ao seu cuidado e restituir dignidade a existências exploradas e silenciadas, a relações congeladas e desfeitas, para que a pessoa seja posta de novo no lugar de honra que lhe foi reservado por Cristo. A obra, m por vezes escondida e humilde, de tantas pessoas consagradas torna-se assim o sinal do abraço de Deus ao homem que nunca falha.

Não são “os melhores”
Se os consagrados têm na frente uma grande e exaltante tarefa, não menos, eles também fazem as contas com fadigas e infidelidades e mediocridade: o ideal é altíssimo, mas na humanidade vivem a comum fragilidade de todos nós e não são com certeza “os melhores” ou “os perfeitos” só porque usam um hábito ou pertencem a uma ordem religiosa ou professaram os votos.
A eles é sim, confiada uma responsabilidade maior, e é honesto pedir “algo a mais” de coerência, paixão, audácia, exemplaridade de vida… Por isso precisam do nosso apoio e da nossa simpatia, mas sobretudo da nossa oração, para que sempre sejam humildes testemunhas de santidade, autênticos discípulos de Cristo, em cujas mãos escolheram abandonar-se totalmente e sem reservas.
Testemunhas de beleza
Com este desejo renovemos a profunda estima e gratidão a todas as pessoas consagradas, sentinelas vigilantes que têm acesa a memória de Cristo nas noites frias e obscuras do tempo, esplêndida riqueza de maternidade e de paternidade espirituais, que tornam visível e desejável a “beleza” de pertencer totalmente a Cristo e à sua Igreja.
fra Alberto
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