Comentário Evangelho – QUARTA FEIRA DE CINZAS – B

Quarta-Feira de Cinzas: Meditação sobre as Leituras do Dia

Quarta-Feira de Cinzas: Meditação sobre as Leituras do Dia

1ª leitura: Joel 2, 12-18 – “Voltai para mim de todo o coração”

Salmo: 50 – “Pecámos, Senhor, tende compaixão de nós”

2ª leitura: 2Cor 5, 20-6,2 – “Reconciliai-vos com Deus… é agora o tempo favorável”

Evangelho: Mt 6, 1-6.16-18 – “Teu Pai que vê no segredo, te dará a recompensa”

A PALAVRA É MEDITADA

Começa hoje o caminho da Quaresma. Um tempo favorável, propício, que dura quarenta dias. A sua meta é a Páscoa: um memorial que renova a graça da paixão e da morte do Senhor. É um tempo de penitência, que quer dizer conversão e combate contra o espírito do mal. É também um tempo que convida a voltar ao Senhor com todo o coração, com jejuns e orações. Eis, o tempo da salvação, ou seja, da reconciliação com Deus, chegou. O evangelho de hoje indica-nos qual deve ser a nossa atitude e insiste sobre a retidão interior, dando-nos também o meio para crescer nesta purificação de intenções: a intimidade com o Pai. O evangelista Mateus apresenta-nos três exemplos: da esmola, da oração, do jejum e mete em evidência nos três uma tentação comum, diria normal. Quando fazemos alguma coisa de bem, logo nasce em nós o desejo de ser estimados por esta boa ação, de ser admirados: de ter a recompensa, porém uma recompensa falsa porque é a glória humana, a nossa satisfação, o nosso prazer. E isto fecha-nos em nós próprios, enquanto contemporaneamente nos leva para fora de nós, porque vivemos projetados para aquilo que os outros pensam de nós, louvam e admiram em nós. O Senhor pede-nos para fazer o bem porque é Bem e porque Deus é Deus e nos dá também o modo para viver assim: viver em relação com o Pai. Para fazer o bem nós precisamos de viver no amor de alguém. Se vivemos no amor do Pai, no segredo, com o Pai, faremos o bem de modo perfeito. Que a nossa atitude nesta Quaresma seja, portanto, viver no segredo, onde só o Pai nos vê, nos ama, nos espera. Com certeza, as coisas exteriores são importantes, mas devemos sempre escolhê-las e viver na presença de Deus. Se podemos fazer pouco, façamos na oração, na mortificação, na caridade fraterna aquele pouco que podemos fazer, humildemente, sinceramente diante de Deus; assim seremos dignos da recompensa que o Senhor Jesus nos prometeu da parte do Pai.

É REZADA

Uma vez mais, Jesus, nos convidas a percorrer o caminho da Quaresma para entrar no mistério da tua morte e ressurreição, para receber a vida nova oferecida a quem se confia a ti. Uma vez mais, Jesus, nos indicas o caminho antigo para encontrar a harmonia comprometida pelos nossos erros, pelos nossos pecados. Entre tantas necessidades que habitam a nossa existência desorientada, podemos finalmente identificar a fome verdadeira que espera resposta: fome de ti, da tua presença, da tua Palavra, da tua misericórdia. Mergulhados por mensagens que nos induzem a pensar só em nós próprios, na nossa vantagem, nos nossos projetos, e a defender-nos dos outros, dos seus pedidos de ajuda, da sua intromissão na minha vida, tu sugeres-nos para repartir os nossos bens com os irmãos mais pobres e dilatas os horizontes da nossa história, abrindo-os, na oração, a uma relação autêntica com Deus, que perfuma de eternidade e de plenitude.

Ámen

(In, qumran2.net e lachiesa.it – traduzido e composto por fr. José Augusto)

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