por Frei José Carlos 14 de outubro de 2025
Já vamos a meio do Mês Missionário. Este tempo convida-nos a renovar o olhar e a escutar o apelo que o Papa nos faz: sermos missionários de esperança entre os povos.
Outrora, o imaginário da missão levava-nos a pensar em terras longínquas, muitas vezes em África, onde os missionários partiam com coragem e pouca bagagem. Hoje, sem esquecer esta missão concreta, as distâncias são outras. As fronteiras mudaram de lugar. Há um novo continente — o digital — onde tantos vivem, procuram sentido e, por vezes, se perdem. Se antes a missão implicava atravessar desertos e mares, hoje implica atravessar ecrãs, redes e silêncios.
O franciscano, por natureza itinerante, não pode ficar à margem desses novos caminhos. A sua missão continua a ser a mesma: levar o Evangelho da paz, da alegria e da esperança. Mas agora, esse anúncio acontece também no espaço das redes, nos encontros breves, nas partilhas simples, na escuta silenciosa de quem vive do outro lado do ecrã.
São Francisco foi um missionário guiado pelo amor ao Senhor, um amor que se tornou encontro com o irmão, do leproso em Assis ao sultão no Egito. A sua missão nasceu do coração tocado por Cristo e concretizou-se em gestos de proximidade, de escuta e de paz.
Neste mês, que já vai a meio, deixemo-nos tocar por este apelo: ser presença de esperança, lá onde as pessoas estão, nas ruas e nas redes, nas paróquias e nas universidades, nas famílias e nas periferias do coração humano.
O mundo muda. A missão também. Mas o coração franciscano permanece o mesmo: simples, peregrino e cheio de esperança.
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