Santa Isabel da Hungria, patrona da OFS
O que é a OFS, a Ordem Franciscana Secular? É verdade que se pode ser franciscano também como leigos? Hoje, festa de santa Isabel da Hungria, patrona dos Terciários Franciscanos, tentamos conhecê-la juntos!
Aconteceu desde logo. Ou de qualquer modo desde muito cedo. Nem Francisco o esperava, e no seu Testamento di-lo: «O Senhor me deu irmãos». Uma fraternidade. Para quem? Para quem se sentia (e vale também hoje) chamado á vida que Francisco estava descobrindo ser evangélica, bela, desafiante, nos passos de Jesus, sem nada de próprio, mas com tudo à disposição.
O facto é que o fascínio daquela escolha tão alta, excitante, não contagiava só os amigos de Francisco e os jovens de Assis, mas também as mulheres – como Clara e as irmãs – e também tantos outros fiéis já em caminho no matrimónio, ou que não sentiam próprio o chamamento à consagração especial.
O testemunho evangélico oferecido por são Francisco e por Clara d’Assis movia à conversão, levando a abraçar um estilo que muitos sentiam que correspondesse às suas aspirações mais belas. Ao ponto de se tornar um chamamento verdadeiro e próprio, uma vocação «especial» como o são todos os projetos de Deus.
A estes leigos – homens e mulheres – que desde logo, ou seja, como for desde muito cedo, começaram a andar à volta dos frades, Francisco deu uma primeira indicação de vida, uma Regra, atualizada depois ao longo dos anos futuros. É a origem da Ordem Franciscana Secular, OFS (até 1978 chamada “Terceira Ordem Secular “; por isso os seus membros são chamados também “terreiros franciscanos “), constituída por cristãos que, por uma vocação específica, se empenham a viver o Evangelho à maneira de são Francisco d’Assis, no próprio estado de vida secular (quer dizer “no século”, no mundo, não “secular” no sentido de “antigo”!), observando uma Regra específica, aprovada pela Igreja.
A OFS é portanto uma das componentes fundamentais da grande Família franciscana, constituída pelas três Ordens fundadas por são Francisco (aqui encontras um artigo que apresenta a família franciscana). É de certo modo o primeiro grande movimento laical da história da Igreja, que promoveu uma participação mais plena na Igreja, promovendo precisamente a vida do leigo.
Qualquer batizado pode pertencer à OFS. Por este motivo a maior parte dos membros são leigos (casados ou não), mas há também sacerdotes, bispos, membros de outros institutos religiosos… O princípio é que esta vocação franciscana pode potencialmente ser vivida por «todos os outros» católicos que não são chamados a tornar-se frades franciscanos (Primeira Ordem) oi irmãs clarissas (Segunda Ordem).
Como se entra na OFS e o que significa em concreto?
Como para todas as vocações, também a da OFS requer um certo tempo de discernimento, que leva à emissão de uma verdadeira e própria Profissão, um compromisso a viver o estilo do Santo Evangelho. O desafio é mesmo este: tomar o Evangelho a sério, como endereço de vida, deixar-se nutrir pela oração, pelo confronto com a Palavra, para poder ser luminosos peregrinos pelas estradas da vida: em família, no trabalho, no serviço, nas relações, nas escolhas de todos os dias.
Para o fazer, embora vivendo cada um nas próprias casas e contextos de vida, os franciscanos seculares encontram-se em fraternidade, onde partilham o seu caminho, se formam, se confrontam com a Palavra de Deus, com o magistério da igreja e com quanto emerge da vida da sociedade, apoiando-se na caridade, estimulando-se reciprocamente no serviço, crescendo no amor fraterno, feito de acolhimento dos próprios limites, no perdão e na reconciliação. É um laboratório de fé e de humanidade que ajuda a manter corajosamente o passo, atrás de Jesus, com o estilo de Francisco.
Algumas curiosidades
A Ordem Franciscana Secular deu á Igreja um grande número de santo e de beatos, que seria demasiado longo enumerar aqui. Recordar-se-á apenas aqueles que se tornaram os patronos da OFS, santa Isabel da Hungria (cuja festa é no dia 17 novembro!) e são Luís IX de França, mas também muitos outros, entre os alguns recordados como santos “franciscanos” (santa Margarida de Cortona, santa Rosa de Viterbo, Santa Ângela de Foligno) e outros santos da Igreja (são Roque, santa Brígida da Suécia, são Carlos Borromeu, são João Vianney, são José Benedetto Cottolengo, …).
Olhando para o século XX, eis figuras que marcaram a sua época, como são João XXIII e don Tonino Bello, Giuseppe Dossetti e Giorgio La Pira, Robert Schuman e os esposos santos Luigi Beltrame Quattrocchi e Maria Corsini.
Entre os sumos letrados, artistas e cientistas que deram o seu nome à Terceira Ordem Franciscana, recordam-se ainda: Dante, Giotto, Palestrina, Perosi, Galileo, Galvani, Volta, Colombo e tantíssimos outros: todas personagens que, honrando-se de Francisco, deram o mais belo testemunho à sua intuição: de tornar comum a todos o teor da vida religiosa.
Como compreender algo mais?
Para saber mais … o modo melhor é abordar algum irmão ou irmã da OFS e ouvir da sua viva voz a narração da fraternidade. Além disso, em quase todos os conventos franciscanos existe uma fraternidade OFS, com a qual caminha também um frade assistente.
Bons passos a todos!
– info@vocazionefrancescana.org
NB: Obrigado a Alberto Friso (da fraternidade OFS de são Leopoldo – Padova) por este artigo!