Ser santos, a primeira vocação de todos nós!

frei Alberto Tortelli
de fra Alberto Tortelli

Celebramos hoje a solenidade de “Todos os Santos”, recordando e rezando aos inumeráveis “amigos de Deus” que viveram o Evangelho e deram testemunho da própria fé. Gosto de vos deixar a este propósito um pensamento também sobre o nosso pessoal chamamento à santidade, enquanto batizados.

De fato, qualquer que seja o nosso estado de vida e precisamente lá onde quotidianamente conduzimos a nossa existência, o Senhor quer que também nós nos tornemos santos! Esta é a primeira e fundamental vocação da qual nenhum cristão se deve sentir excluído.

É o próprio Pai, portanto que, em cada hora do dia e d anoite sai pelas estradas e pelas praças para nos dirigir a nós seus filhos, pessoalmente, este convite de amor: “quero-vos todos santos!” 

E a festa de hoje recorda-nos precisamente esta extraordinária verdade: somos feitos para ser santos! Somos filhos e filhas de Deus, príncipes e princesas do seu Reino. Como é bela a nossa identidade de batizados!!

Infelizmente, porém, acontece muitas vezes que somos desviados pelas muitas ocupações e preocupações e chegamos assim a considerar a santidade como uma meta impossível, distante e inalcançável apenas com as nossas forças! E então, ficamos sozinhos e tristes nas praças e nos caminhos da vida, incapazes de responder ao chamamento do Pai que diz:

«Sereis santos por mim, pois eu, o Senhor, sou santo e vos separei dos outros povos, para que sejais meus.» (Lv, 20,26)

Santa Teresa do Menino Jesus

Mas coloca-se então outra questão nada insignificante: será que o senhor, mesmo convidando-nos à santidade, nos chama a uma perfeição concretamente irrealizável e inalcançável?  Na realidade, a santidade – a nossa santidade, – constrói-se no quotidiano, a partir do nosso “sim” aos apelos do Senhor e da sua Graça. É ao mesmo tempo, também um dom que se recebe e se obtém antes de tudo das mãos do Pai, e não já apenas das nossas forças.

A este propósito santa Teresa do Menino Jesus tinha compreendido bem tudo isto. Ela foi proclamada “Doutora da Igreja” tendo intuído e descrito uma via para a santidade disponível e acessível a todos: a via “da infância espiritual”! Eis como ela mesma fala disso:

«Sempre desejei ser uma santa, mas, infelizmente, sempre constatei, quando me confrontei com os santos, que entre mim e eles existe a mesma diferença que existe entre uma montanha cujo cume se perde nos céus e o grão de areia, escuro, pisado pelos pés dos passantes.

E vez de perder a coragem, disse a mim mesma: o Bom Deus não poderia inspirar desejos irrealizáveis; portanto, não obstante a minha pequenez, posso aspirar à santidade.

Fazer-me diversa daquilo que sou, maior, é-me impossível: devo-me suportar por aquilo que sou com todas as minhas imperfeições; mas quero procurar o modo de ir para o Céu por uma pequena via toda nova. Queria também eu um elevador par ame elevar até Jesus, porque infelizmente sou demasiado pequena para subir a dura escada da perfeição.

Então procurei nos livros santos a indicação do elevador, objeto do meu desejo; e li estas palavras saídas da boca da Sabedoria Eterna: ‘Se alguém é muito pequeno, venha a mim’. Assim cheguei a intuído que tinha encontrado aquilo que procurava. E querendo saber, ó meu Deus, aquilo que farias ao muito pequeno que respondesse ao teu chamamento, continuei as minhas pesquisas e eis aquilo que encontrei: ‘Como uma mãe acaricia o filho, assim eu vos consolarei: levar-vos-ei nos braços e vos baloiçarei sobre os meus joelhos!’

O elevador que me deve elevar até ao Céu são os teus braços, ó Jesus! Por isso não preciso de crescer, aliás é preciso que eu fique pequena, que o seja sempre mais».

Numa palavra, somos chamados a fazer tudo por amor e no amor, aceitando os nossos limites em humildade e mansidão. É no fundo o mesmo caminho de menoridade e pequenez percorrido por são Francisco d’Assis que nos propõe como acessível e possível também a cada um de nós. Porquê então não o imitar e seguir e fazê-lo nosso?

fra Alberto

– info@vocazionefrancescana.org

Em oração no túmulo de santo António

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