Comentário Evangelho – SOLENIDADE IMACULADA CONCEIÇÃO – B

1ª leitura: Gén 3, 9-15 – “Estabelecerei inimizade entre a tua descendência e a descendência dela”

A PALAVRA É MEDITADA

“Então Maria disse: «Eis a serva do Senhor»” (Lc 1,38). As palavras dirigidas ao anjo Gabriel revelam-nos que a Imaculada, Virgem, Mãe de Deus é a mulher que acolheu o advento divino no êxodo do tempo, a imagem da presença de Deus entre os homens; o fragmento de história em que o Tudo (Deus) manifestou a gratuidade do seu amor para com a criatura.

É a “cheia de graça” (v.28), no sentido que foi preservada do pecado original, purificada e santificada (Imaculada Conceição) pela mediação do Filho. através dos méritos de Cristo jesus, adere livremente ao desígnio salvífico do Pai, e pode dizer a Gabriel: “faça-se em mim segundo a tua palavra” (v.38). Testemunho que anuncia o triunfo do amor da Trindade na pessoa da Virgem, e estabelece que o dom da graça antecipa cada ato meritório da Mãe do Senhor.

Portanto, a resposta sincera e livre ao desígnio divino sobre Ela, faz da Virgem, a mulher amável, a criatura mais atraente; enfim, a crente que docilmente se deixa conduzir no mistério do Filho. Por isso é a figura do discípulo humilde, aberta á iniciativa de Deus o ícone do Mistério (de Deus) que a igreja olha pra para reler os eventos pascais que geram o novo povo de Deus. a Imaculada Conceição, então, é a consideração certa do primado da iniciativa divina, e o conteúdo mais radical e perfeito da obra de redenção realizada pelo Salvador.

A este ponto é justo perguntar-se: o testemunho da imaculada Conceição é ainda válido para a comunidade crente? O que é que nos anuncia a nós a história de Maria de Nazaré?

Para responder às perguntas feitas, é necessário motivar o sentido do dogma da Imaculada Conceição; noutros termos, perscrutar aquilo que a Igreja proclama ao homem contra a conceção moderna da história. Entre a exaltação do homem a morte de Deus, e a exaltação de Deus e a morte do homem (conceção moderna), está, inefável, a possibilidade, para o humano redimido, de participar na glória eterna. Este inaudito paradoxo, revelador do amor do Criador pela criatura, foi professado através da figura de Maria. A Imaculada Conceição, de facto, celebra, a livre eleição de Deus e o primado que lhe toca contra todo o possível reducionismo da razão humana.

O dogma da Imaculada, enão, mostra ao homem que Deus não é um hábil manobrador, que não concede liberdade de movimento. O homem que se fia de Deus, de preferência, adquire a verdadeira liberdade, a beleza de agir no Bem, e nele compreende que a nova existência, derramada no sangue do Inocente, é doação de si ao Outro e aos outros.

Por este motivo, Maria é a estrela do mar, o sorriso caído dos lábios de Deus para alívio, conforto e alegria dos mortais; a basílica do silêncio, lugar perene da divina morada; sinal da esperança que encoraja a Igreja a aprofundar o mistério da salvação, da história do homem. Por meio de Maria, portanto, a comunidade do Espírito é chamada a testemunhar a sua unidade, a sua origem e o mistério de Cristo que reconciliou o mundo com o seu sacrifício.

Olhemos também nós para Maria: nela individuaremos que Deus, origem do Amor infinito, acompanha os nossos passos até ao êxtase do definitivo encontro com Ele.

Ámen.

(Gaetano Salvati)

A PALAVRA É REZADA

(Tota pulchra)

Toda bela és, Maria,
e o pecado original não está em ti.
Tu glória de Jerusalém,

tu alegria de Israel,
tu honra do nosso povo,  

tu advogada dos pecadores.
Ó Maria! Ó Maria!
Virgem prudentíssima,
Mãe clementíssima,
roga por nós, intercede por nós
junto do Senhor Jesus Cristo.

Ámen

Ámen

(In, qumran2.net e lachiesa.it – traduzido e composto por fr. José Augusto)

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